(RESPOSTA A UM INQUÉRITO CONVENCIONAL SOBRE REVOLUÇÕES, LIBERDADES E)
(Um pequeno mas enormíssimo excerto de um lúcido poema, romanticamente seleccionado pelo autor deste blogue para terminar estas suas Comemorações do 32º Aniversário do 25 Abril)
E a liberdade? Que pergunta! Não vossa, a pergunta, mas minha. Que a minha liberdade sou eu, e custo-me a sustentar. Entretanto, chegam-me notícias de que é necessário sustentar a liberdade alheia. Mas que faz o alheio, que não faz pelo seu próprio sustento?
Suspeito estar a escrever este pouco para o pouco de mim que ainda se escreve. Se alguém, por coincidência, tocar na minha mão, será decerto porque a noite é populosa. Havendo uma luz, num lugar qualquer, poderemos talvez ter rostos panorâmicos. Coisas do imaginário, onde nos perdemos e achamos.
Esta revolução, módica, tem o preço da vida. E não há outras: nem revolução, nem vida. Nem outro preço. Nem outro teatro do merecimento.
HERBERTO HELDER
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2 comments:
só há o agora e nossa revolução e liberdade de agora. mesmo que seja de outros. enfim...
A liberdade artística é o exemplo autêntico e eterno de que sendo a liberdade essencialmente pessoal, embora transmissível, não há nenhuma ditadura, por mais pintada que seja, que se lhe consiga opor. Nem pela força! A liberdade acaba por vir sempre ao de cima...
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