Após a extinção pura e dura da maioria dos jornais e revistas analógicas musicais portuguesas, o público nacional da música popular urbana ficou algo desorientado em termos desse género de imprensa em Portugal. Felizmente, a Internet acabou por disponibilizar novas e muito aliciantes vertentes para esse tipo de imprensa, cuja manutenção se torna dessa modo finaceiramente mais viável. Um desses felizes casos é o magazine musical digital Bodyspace, que sob a direcção de André Gomes continua a proporcionar um espaço jornalístico de livre aderência, com artigos de fundo, entrevistas, notícias, críticas de discos, DVD's e concertos e uma indispensável agenda de espectáculos. A Bodyspace está bem e recomenda-se e a sua edição de Setembro já está on line, confirmando a qualidade anterior daquele interessantíssimo objecto jornalístico digital. A Bodyspace pode ser consultada em http://www.bodyspace.net e tomamos a liberdade de aqui reproduzir o seu editorial de Setembro, em que André Gomes sintetiza muito bem o espírito e o conteúdo do seu magazine musical:
"Entrar no mês de Setembro tem, para sempre, aquele cheiro e sabor de quem regressa às aulas. Tem cheiro a lápis e cadernos, sabor a castanhas e a quase Outono. Mas tendo em conta a falsidade deste Verão que ainda corre tudo leva a crer que as surpresas ainda possam ser muitas. Depois das férias, entrar no 9º mês do ano tem aquele sentimento, agora bem real, de entrada nos últimos meses do ano. A esta hora já algumas listas deverão ir a meio, as contas de cabeça começam a ganhar existência física no papel. Uns fazem listas para comprar material escolar e outros alinhavam nomes para os topes do costume.
Depois do reinado dos discos de Verão, é tempo de dar entrada aos discos de meia-estação, pré-Outono. E não falta por aí discos com sentimento semelhante. Os Múm, por exemplo, estão de regresso com um disco que promete ser companhia segura para os próximos tempos. O novo single chama-se, com toda a imprevisibilidade do mundo, They Made Frogs Smoke 'Til They Exploded e já anda por aí. E porque eles são uma das bandas mais incontornáveis do momento, também há disco dos Animal Collective quase a chegar: o sucessor de Fells chama-se Strawberry Jam e ameaça conquistar alguns corações mais ou menos desprevenidos. Também vem aí novo disco de PJ Harvey, do enorme Thurston Moore, Joni Mitchell, Akron/Family, Kanye West e a Aesop Rock, só para mencionar alguns.
Mas se Setembro tiver que rimar com concertos, a rentrée tem algumas ofertas interessantes. Massive Attack e Peeping Tom a 17 no Coliseu de Lisboa e a 18 no Porto, a noite de metal experimental / pós-metal com os Bossk e os Humanfly (ambos do Reino Unido) na Fábrica do Som, no Porto, e, como não, o Festa do Avante!, com um dos melhores cartazes do ano – com bastante facilidade. É rumar até à Quinta da Atalaia e ver a festa da família comunista ao som de Fanfare Cioc?rlia, Cristina Branco, Sam the Kid, Sérgio Godinho, Toumani Diabaté's Symmetric Orchestra, Tito Paris, Jacinta, Chullage, Brigada Victor Jara, Vitorino, Carlos Bica, Janita Salomé, Jim Black, Aldina Duarte, Tora Tora Big Band, Telectu, Brigada Vitor Jara, Carlos Barreto, Raquel Tavares, Matt Pavolka, Couple Coffee Band, entre outros.
Noutros assuntos, mudando completamente de assunto, este é o mês em que dedicamos uma semana à música feita no Brasil. Durante cinco dias fazemos uma viagem ao país irmão no sentido de resgatar do anonimato (uns mais que outros) nomes interessantes da música feita em território brasileiro. A semana terá o cuidado de percorrer vários estilos musicais, diferentes realidades e diversas cidades do Brasil – e não só São Paulo ou o Rio de Janeiro, como é comum por aí. Um destes dias acordamos e o Bodyspace estará vestido de verde, amarelo e azul".
Força Bodyspace! Muita!
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