ODE À LIBERDADE
Eu quero aqui cantar a liberdade
Da pátria tantos anos adiada,
E a vontade, que nunca foi vergada,
Dum país a quem negavam felicidade.
Era uma vez um povo, que ultrajado
Carregava no seu peito a ténue esperança
Que um dia, alguma aurora de mudança,
Havia de trocar seu triste fado.
Mas era longa a noite em solidão,
E doloroso o eco do lamento,
Que perdido no ar, solto no vento,
Voltava nu de sonhos, sem razão,
Algemas que nos pulsos se fechavam,
P'la força impiedosa do algoz,
Eram inúteis, p'ra calar a voz,
Daqueles que com fé, acreditavam.
Perdidas por denúncias e enredos,
As multidões dos homens exilados,
Calavam ideais, desencontrados,
Vogando, pelas esquinas dos seus medos.
Porém, num mês de Abril, tão desejado
Nasceram cravos rubros das espingardas,
Pondo fim às esperanças algemadas,
E um povo, todo irmão... foi libertado!
ORLANDO DA FONSECA FERNANDES
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