Saturday, March 25, 2006

UMA LIBERDADE POÉTICA QUE NUNCA PERDEU A ESPERANÇA

ELA TEM OS OLHOS SANGRENTOS E SERENOS

Ela tem os olhos sangrentos e serenos. São os seus
olhos de sangue, de ondas de sangue em movimento.
A sua boca cerra-se num silêncio de fogo, num silêncio
terrível como se temesse desencadear, abrindo-a, a
tempestade dos mundos, a hecatombe redentora. É a própria
boca da vontade, do amor que não perdoa. A vingança
nela tem outro nome: a justiça. Ela é todo o passado,
todo o presente e todo o futuro.

ANTÓNIO RAMOS ROSA

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