Thursday, March 23, 2006

A ESPERANÇA NUM PAÍS DIFERENTE, NA POESIA DE UM JOVEM ALCOBACENSE QUE PROVAVELMENTE NÃO SONHAVA AINDA COM O SEU FUTURO POLÍTICO...

E O NOSSO PAÍS NÃO TERÁ PAREDES

E o nosso país não terá paredes. Não terá paredes
nem telhados. Nada a cobrir a nossa viagem constante
ao dia virgem. Nada a frustrar
a íntima incursão.

As gargantas roucas de todos os futuros novembros
irão adormecer na fonte perene da nossa dádiva.
Na boca dos homens cativos ficará o nome do Alberto Costa
como uma toada exausta. E, clandestinos,
chegaremos à última passagem.

Lentamente esqueceremos as outras ilhas, lentamente
ergueremos na ilha a nossa tenda.

Ó bruscamente fendamos o dia virgem
como na ilha crescem as flores silvestres.

ALBERTO COSTA

No comments: