Friday, September 29, 2006

FESTIVAL MÚSICA VIVA 2006 ENCERRA PRIMEIRA SEMANA COM MAIS UMA ACTUAÇÃO DA SUA SINGULAR E FAMOSÍSSIMA ORQUESTRA DE ALTIFALANTES!

O Festival Música Viva 2006 continua a não deixar os seus créditos por mãos alheias e encerra amanhã, sábado, 30 de Novembro, uma semana marcada pela presença criativa de alguns importantes vultos da música culta contemporânea. Amanhã à noite, a partir das 21 horas, o evento regressa ao Instituto Franco-Português de Lisboa, para um muito prometedor espectáculo multimédia. Nesse concerto de música electrónica e vídeo, além da sempre convincente participação da convincente Orquestra de Altifalantes criada por Miguel Azguime para este festival, destaca-se a participação do compositor e videasta Robert Cahen, responsável pela sua realização vídeo e projecção sonora, tendo neste último campo a colaboração de Miguel Azguime. Todas as peças apresentadas neste espectáculo serão pela primeira vez exibidas em Portugal. Na primeira parte, serão interpretadas Terra Incógnita, de Dennis Dufor e L'Étreinte, de Robert Cahen e Francisco Ruiz de Infante. A segunda parte iniciar-se-á com a apresentação de uma obra de Robert Cahen, Compositeurs à l'Écoute: 18 Portraits de la Musique Électroacoustique, encerrando o espectáculo uma nova produção vídeo-musical de Robert Cahen e Francisco Ruiz de Infante, Plus Loin Que La Nuit. Este será certamente um espectáculo raro e precioso, ao qual será também pecado faltar!

Thursday, September 28, 2006

A POUCAS HORAS DE OS THE GIFT SUBIREM AO PALCO NO CASINO ESTORIL PARA MAIS UM DOS SEUS CONCERTOS...

Dentro de cerca de três horas a banda pop alcobacense The Gift subirá a um dos palcos do Casino Estoril, para aí apresentar mais um dos seus concertos. Escrevi banda pop alcobacense pelo simples e evidente motivo de que eles nunca negaram ser isso. Antes pelo contrário... Bem ao seu estilo, os The Gift vão tentar mais uma vez fazer com que este seja um concerto especial. Para mim, já o conseguiram. E conseguiram-no pelo linear facto de terem durante os últimos dias apregoado aos quatro ventos da comunicação social que este seria um concerto comemorativo do 12º aniversário da sua primeira actuação ao vivo. É claro que (graças a eles) toda a gente neste país sabe que essa sua primeira actuação se deu em Alcobaça, no Bar Ben, numa das eliminatórias do 4º Concurso de Música Moderna de Alcobaça, em 1994. Curiosamente, eles acabaram por ficar em 2º lugar nessa edição daquele concurso. Cujos vencedores foram uns tais Paranóia, de Leiria, dos quais nunca mais ninguém ouviu falar... Recordo ainda que nesse ano aquele concurso apresentou uma novidade a nível nacional. Essa novidade, que eu mesmo trouxe de um idêntico concurso em Espanha, mais precisamente em Benidorm, era que o público presente na final do concurso também podia votar. No caso de Alcobaça vaçlendo a totalidade dos votos do público como 1 dos votos de um júri composto por 5 elementos. Curiosamente, nesse ano, a votação do público deu a vitória aos The Gift, que acabariam derrotados pelos 4 votos restantes desse júri...
Tendo eu sido co-fundador do Concurso de Música Moderna, juntamente com o meu grande amigo Carlos Nunes, em todas as suas 7 edições fomos nós os dois que fizemos a avaliação das bandas concorrentes e seleccionámos as bandas apuradas para as suas fases finais. Eu mesmo fui Presidente do Júri nas 3 suas primeiras edições, cargo que no ano do aparecimento dos The Gift era já desempenhado pelo meu belíssimo amigo Nuno Nabais. Quero com isto escrever que eu fui certamente a primeira pessoa a ouvir e analisar a qualidade musical dos The Gift, além deles mesmos, das suas famílias e dos seus amigos mais chegados. É evidente que logo à primeira ouvidela da sua maquete então apresentada a concurso fiquei seduzido pela sua sonoridade e pelo seu empenho naquilo que faziam. Músicas como Crying Ocean, Aeternyum ou Art of Laura demonstraram-me logo que ali havia qualquer coisa, o que se acabaria por confirmar durante o correr da fase final da edição daquele ano do Concurso de Música Moderna de Alcobaça. Todavia, devo aqui publicamente (voltar a) confessar que o tema dos The Gift que então melhor me impressionou e arrebatou foi a sua notável versão do mítico Decades dos Joy Division, que acabou por a sua melhor imagem de marca durante os seus primeiros anos...
Cerca de 10 meses depois dessa sua primeira actuação em palco, no Bar Ben, os The Gift fariam a sua primeira apresentação pública em concerto fora daquele mítico local da noite alcobacense. Foi em 29 de Julho de 1995 que os The Gift actuaram num superlotado Claustro D. Afonso VI do Mosteiro de Alcobaça, num espectáculo cujo programa continha um texto que eles me convidaram então a fazer para esse efeito. Esse texto intitulava-se The Gift, Na Página Do Relâmpago Eléctrico, e no seu parágrafo final eu caracterizava aquela (então) nova banda alcobacense do seguinte modo: "A arte musical dos The Gift reflecte uma tensão dialética entre a interioridade & a exterioridade, entre o onanismo & a extroversão, & é na exaltação desse conflito entre niilismo & vontade de poder que se indicia o fascínio deste agrupamento pop". Curiosamente ainda os vejo do mesmo modo e aposto o meu almoço de amanhã em como neste preciso momento eles estão muito menos nervosos do que estavam há precisamente 12 anos antes de subir pela primeira vez a um palco, em Alcobaça, no tal Bar Ben...

FESTIVAL MÚSICA VIVA 2006 CONTINUA A SER PALCO PARA GRANDES VULTOS DA MÚSICA CULTA CONTEMPORÂNEA.

Amanhã, sexta-feira, 30 de Setembro, o Festival Música Viva 2006 continuará a registar a marcante participação de François Bayle e Morton Subotnik, reconhecidos vultos da música culta contemporânea mundial. Tal como hoje, o Instituto Franco- Português de Lisboa voltará a ser palco privilegiado dessas meritórias participações. De manhã, entre as 10 e as 13 horas, decorrerá a masterclass Prática e Teoria Acusmática, ministrada por François Bayle. À tarde, entre as 14 e 30 e as 17 e 30, será novamente ministrado esse curso, com outros alunos. A partir das 18 horas, será a vez de Morton Subotnik proferir a conferência Music as a Metaphor, num dia em que a programação nocturna do festival será quase inteiramente dedicada a suas composições. O concerto terá início às 21 horas e nele regressará ao palco do Instituto Franco-Português a exemplar e singular Orquestra de Altifalantes do Festival Música Viva, para um concerto de música electrónica e vídeo Esse espectáculo decorrerá sob a batuta do próprio Morton Subotnik. responsável pela projecção sonora e laptop. Na primeira parte serão interpretadas composições de Bruno Gabirro e António Ferreira. Do primeiro será apresentada Momentos, em estreia mundial, e do segundo Wind Speaks to Stone, em estreia nacional. A segunda parte será totalmente preenchida com as produções musicais Touch (Part 1), Sidewinder (Parte 2), Until Spring Revisited e Silver Apples of the Moon , todas de autoria de Morton Subotnik e todas em estreia nacional absoluta. Escusado será aqui escrever que este promete ser um espectáculo raro e singular!

O ENSEMBLE JER NÃO PÁRA E NEM O TEATRO NACIONAL Dª MARIA II LHE ESCAPA!

O Ensemble JER/ Os Plásticos de Lisboa continua a dar muito boa conta de si, interpretando como mais ninguém música culta de todas as raízes e matizes. A mais conhecida orquestra ibérica de instrumentos de plástico prepara-se agora para apresentar um seu novo espectáculo, sob o irresistível título
COZIDO À PORTUGUESA (Portuguese Masterpieces), que consiste nisso mesmo, ou seja, na interpretação de obras-primas da música culta portuguesa do século XVII até à actualidade, incluindo mesmo o ano decorrente e uma composição encomendada pelo próprio agrupamento. O cardápio desse saboroso COZIDO À PORTUGUESA apresentado pelo ENSEMBLE JER, será o seguinte, em termos de compositores e obras apresentadas:
Diogo Dias Melgás (1638-1700)
Adjuva nos Deus
Miguel Andrade
Puestos estan frente a frente
[1629]
Carlos Seixas
(1704-1742)
Sinfonia em Si bemol maior
Allegro – Adagio – Minuet (Allegro)

Concerto em Lá maior

Allegro – Adagio – Giga (Allegro)

Frei Manuel Cardoso (c.1566-1650)

Missa Philippina (1636)

Kyrie – Gloria – Credo – Sanctus – Benedictus – Agnus Dei I – Agnus Dei II
Hugo Ribeiro
(*1983)
Gestos II: conversas sobre um contorno
(2006)

(encomenda do Ensemble JER)

José Eduardo Rocha (*1961)

Prelúdios & Fugas Sobre o nome de Carlos Paredes (2003)

Resta-me aqui escrever que essa ementa de encher o olho e o ouvido vai ser apresentada
no Salão Nobre do Teatro Nacional D. Maria II,nos dias 28 (já hoje!), 29, 30 de Setembro e 1 de Outubro, 6, 7 e 8 de Outubro de 2006, às 19h.
É claro que este é um espectáculo para gulosos da música e não só!

Wednesday, September 27, 2006

GRANDES VULTOS DA MÚSICA CULTA CONTEMPORÂNEA IMPULSIONAM SEGUNDO DIA DO FESTIVAL MÚSICA VIVA 2006

Amanhã, quinta-feira, 28 de Setembro, o Instituto Franco-Português, em Lisboa, acolhe o segundo dia da edição deste ano do Festival Música Viva. O dia vai ser certamente muito movimentado para aquele festival, que nesta sua etapa regista a participação de François Bayle e Morton Subotnik, notáveis vultos da múcica culta contemporânea. Este último ministrará, logo a partir das 10 da manhã, a masterclass The Impact of Recorded Music, que durará aproximadamente 3 horas. Essa masterclass repetir-se-á da parte da tarde, a partir das 14 e 30, com o mesmo tema e outros alunos. Às 18 horas, o Música Viva 2006 registará a primeira participação de François Bayle, que proferirá a conferência L' Invention du Son. Neste seu dia integralmente preenchido no Instituto Franco-Português, o festival apresentará o seu segundo concerto da edição deste ano, a partir das 21 horas. Antes do início do espectáculo, Miguel Azguime, fundador e director-artístico do festival, subirá ao palco para anunciar as obras premiadas do Concurso de Composição Electroacústica Música Viva 2006. Seguidamente, o palco será ocupado pela sua famosíssima Orquestra de Altifalantes, para um espectáculo de música electrónica e vídeo, integralmente preenchido com produções musicais de autoria de François Bayle. Em palco estará o próprio compositor, que actuará na companhia de Miguel Azguime, sendo ambos responsáveis pela projecção sonora deste concerto. Serão apresentadas as composições Arc, pour Gérard Grisey; L' Experience Acoustique (Métaphore, Lignes et Points) e La Forme de l' Esprit est un Papillon: Ombrages et Trouêes, Coleurs Inventèes, todas em estreia no nosso país. Sendo assim, já se sabe que no dia 28 de Setembro todos os (bons) caminhos de Lisboa e arredores vão dar ao Instituto Franco- Português e ao Festival Música Viva 2006!

Tuesday, September 26, 2006

UMA SIGNIFICATIVA PRENDA, RECEBIDA DE RECENTES VISITANTES A CUBA

Alguns dos nossos habituais visitantes deverão ainda estar recordados do post que aqui publicámos em 13 de Agosto passado, sob o título Provavelmente a História Não o Absolverá. Referiamo-nos então à Cuba ditatorialmente governada por Fidel Castro há quase cinco décadas, em termos que suscitaram alguma polémica... Voltamos hoje ao mesmo tema, acima de tudo pelo facto de alguns nossos bons amigos terem recentemente visitado aquele país, tendo-nos de lá trazido uma das prendas de viagem que habitualmente mais aprecio: um jornal do país visitado. É evidente que nesse âmbito a escolha é muito reduzida naquele país, pelo que, desta vez, tive de me contentar com um exemplar da edição de 8 de Setembro deste ano do órgão oficial do Comité Central do Partido Comunista Cubano. Recebi então esse exemplar do Granma, é assim que se chama aquele jornal, edição única naquele país, vendido ao preço de 20 ctvs por exemplar. E aí reside o primeiro problema, dado que esses meus bons amigos me confirmaram que naquele país existem duas moedas oficiais diferentes: o peso convertível (apenas ao alcance dos estrangeiros e de alguns beneficiados locais...) e o peso normal (com o qual tem de se contentar o povo...). É claro que os meus amigos o compraram em peso convertível, o que indicia que mesmo sendo aquele jornal edição única, nem sequer está ao alcance do povo cubano, dado que no próprio mercado existem produtos apenas vendáveis em peso convertível (os de melhor qualidade) e produtos vendidos em peso normal (os tais que se vendem nas lojas do Estado, racionados e através das tais senhas de que há tantos anos ouvimos falar. Quanto ao conteúdo jornalístico do Granma, ele é tão indiscritível e fraco como todos os documentos do género publicados em regimes ditatoriais, apresentando-se como uma pura peça propagandística. Deve ser mesmo muito difícil a um jornalista trabalhar numa redacção como aquela...
Curioso e sintomático foi também o facto de eu ter descoberto na ficha técnica daquele jornal analógico que aquele órgão de informação possui um site na Internet, sob o endereço: www.granma.cubaweb.cu , facto muito significativo num país em que o acesso à Internet é altamente controlado e apenas colocado à disposição de um número muito reduzido de pessoas, ou melhor escrevendo, é apenas disponibilizado aos tais "amigos do poder" que têm também acesso ao chamado peso convertível...
Este último ponto de vista recordou-me a luta há muito tempo desenvolvida por jornalistas cubanos como Guillermo Fariñas pela liberdade de acesso à Internet, luta essa que levou aquele jornalista quase ao falecimento, na prisão, perante a indiferença do governo castrista e sem quaisquer efeitos contrários...
Num país em que pelo menos a sua população mais jovem anseia desesperadamente pela sua libertação do jugo castrista e pelo livre acesso a tudo aquilo de que hoje em dia se pode beneficiar no chamado mundo livre, recordo também que ainda continuam presos e sujeitos a tortura muitos dos jornalistas cubanos detidos em 2003, durante a chamada Primavera Negra. Cuba é mesmo, a par da China e da Eritreia, um dos países em que é menor a liberdade de imprensa e são maiores as perseguições a jornalistas em todo o mundo. A associação Reporters Sans Frontières continua a lutar diariamente pela libertação desses jornalistas e pelo reconhecimento à sua liberdade de trabalho no seu país, tal como muitas outras, um pouco por todo o mundo livre... No site daquela organização, sediada em França, correm neste momento abaixo-assinados pedindo a libertação de três jornalistas cubanos detidos há alguns anos em condições que muito têm deteriorado a sua saúde. Esses três jornalistas cubanos são Fabio Prieto Llorente, Miguel Galván Gutierrez e Ricardo González, que não estão às portas da morte por serem fascistas, agentes da Cia ou amigos de George Bush, mas apenas pelo facto de terem querer sido jornalistas no seu próprio país... O endereço do site da associação Reporters Sans Frontières é: www.rsf.org e a verdade é que uma atenta visita aos seus conteúdos é uma autêntica surpresa!
Já agora e apenas para terminar, os meus amigos que visitaram Cuba também não são fascistas, nem agentes da CIA e muito menos amigos do George Bush, e contaram-me coisas esquisitas como a de não terem conseguido visitar a cidade de Santiago ou o famoso misto entre escola e campo de trabalho infantil que são algumas escolas cubanas, isto para não falar no facto de, segundo eles, a esmagadora maioria dos cubanos faz tudo (mas mesmo tudo) ao seu alcance para conseguir euros ou dólares. -Fidel que se vaya!

Monday, September 25, 2006

EXPOSIÇÃO DE (PARTE DA) COLECÇÃO DE CERÂMICA DA CASA-MUSEU VIEIRA NATIVIDADE JUSTIFICA VISITA À ALA SUL DO MOSTEIRO DE ALCOBAÇA

Foi inaugurada na passada sexta-feira, na Galeria de Exposições Temporárias do Mosteiro de Alcobaça, a exposição Colecção de Cerâmica da Casa-Museu Vieira Natividade. Aquela exposição foi comissariada por Jorge Pereira de Sampaio, também responsável pela selecção das peças nela exibidas, que representam uma parte essencial daquela colecção e do espólio daquela casa-museu. O criterioso e interessado trabalho ali desenvolvido por Jorge Pereira de Sampaio proporcionou que esta exposição apresente aos seus visitantes um conjunto de belíssimas peças de cerâmica, nas quais é maioritária a imprescindível e incontornável produção da Olaria de Alcobaça, embora mereçam também especial relevo as secções naquela exposição dedicadas à Faiança Portuguesa Antiga e á Real Fábrica do Juncal. Todavia, a secção daquela exposição que apaixonoui o Nas Faldas da Serra logo à primeira vista foi aquela em que estão representados notáveis Artistas na Olaria de Alcobaça, nomeadamente os históricos Joaquim Vieira Natividade, Irene Sá Natividade, António Vieira Natividade, José Pedro, João da Bernarda e Luis Ferreira da Silva. Porém, deverei aqui escrever que de entre todas as peças expostas nesta exposição a que melhor me impressionou está exibida noutra secção desta exposição: trata-se de um lindíssimo pote da Olaria de Alcobaça, pintado por Alberto Anjos, que só por si vale uma visita àquela galeria, tal é o seu encanto! mais Merece também especial referência o design idealizado para esta exposição por Sofia Ferreira, habitual e dedidada companheira criativa de Jorge Pereira de Sampaio, cujo trabalho conjunto com a selecção de peças do seu comissário caracterizam esta exposição como a que tirou melhor partido daauela galeria, após a sua remodelação. A minha única crítica negativa neste caso, é a para mim pouco adequada conexão nela apresentada entre as peças da Colecção de Cerâmica da Casa-Museu Vieira Natividade e as peças de algumas das actuais fábricas de cerâmica da região de Alcobaça, provocando, segundo o Comissário desta exposição "um diálogo entre os quatro séculos de cerâmica representados naquela colecção e a produção actual". Esse diálogo apresenta-se algo sincrético e forçado, apesar da interessante ideia expositiva para si encontrada por Jorge Pereira de Sampaio, tentando evocar o antigo mercado do Largo do Mosteiro de Alcobaça. Penso que uma divisão mais acentuada entre os dois sectores da exposição não teria sido má ideia...
Devo contudo aqui evidenciar que o resultado final desta exposição é extremamente positivo, dando finalmente a conhecer ao público uma relevante parte de espólio da Casa-Museu Vieira Natividade. É claro que a excelente Galeria de Exposições do Mosteiro de Alcobaça e aquela excelente exposição comissariada por Jorge Pereira de Sampaio merecem uma atenta visita. Este é mesmo um daqueles casos em que faltar é pecado!

Sunday, September 24, 2006

FALECEU MALCOLM ARNOLD, CO-AUTOR DE UMA GORADA TENTATIVA DE APROXIMAÇÃO ENTRE ROCK E MÚSICA CLÁSSICA

Fui esta tarde surpreendido com a notícia do falecimento, ontem â noite, em Londres, do compositor e maestro britânico Malcolm Arnold. Falecido com a idade de 84 anos, Malcolm Arnold foi autor de 9 sinfonias, 2 óperas e mais de 20 concertos, estando anunciada para a breve a estreia da sua última composição conhecida: a música para o ballet "Os Três Mosqueteiros". Porém, a actividade compositiva mais conhecida de Malcolm Arnold era a composição de música para cinema, tendo sido autor de música para 132 filmes. Nesse campo foi mesmo distinguido em Hoolywood, em 1958, com um Óscar pela banda sonora que compôs para o filme "A Ponte do Rio Kwai".
Da minha parte, Malcolm Arnold ficará para sempre ligado, como co-responsável, por uma das primeiras tentativas de aproximação entre o rock e a música clássica, quando em 1970 dirigiu a Royal Philharmonic Orchestra, em Londres, no Royal Albert Hall, na apresentação do "Concerto For Group And Orchestra", composto por Jon Lord, teclista da banda britânica de hard rock Deep Purple, também actuante nesse concerto. Esse sincrético evento foi transmitido em directo para todo o mundo, pela BBC, tendo sido posteriormente editado em disco. Apesar da coragem e da abertura então evidenciada por Malcolm Arnold e Jon Lord, tanto a composição como a apresentação conjunta em palco de uma orquestra sinfónica e de uma banda de rock acabou por fracassar em termos de conexão e qualidade, ficando apenas para a História como uma malograda tentativa de tentar aliar duas tipologias musicais antagónicas. Contudo, aqui deixo uma nota de simpatia para o falecido Malcolm Arnold, cuja actividade musical conheci desde muito novo, aqui recordando que o anteriormente referido "Concerto For Group and Orchestra" foi o tema por mim escolhido para o meu artigo "Rock e Música Clássica- Guerra Aberta ou Coexistência Pacífica?", incluido na primeira edição da "Espaços Adepa- Revista de Património", editada em Abril de 1996. Paradoxalmente, Malcolm Arnold ficará para sempre recordado pelo genérico musical do filme "A Ponte do Rio Kwai", cujo tema já foi por cada um de nós assobiado pelo menos uma vez na vida...

JÁ OUVIMOS BEAT RIOT, O NOVO CD DOS LOTO. GOSTÁMOS TANTO QUE NÃO RESISTIMOS A DIVULGAR O SEU ALINHAMENTO!

Tal como aqui referimos num nosso post de 5 de Setembro, vai ser lançado amanhã, segunda-feira, 25 de Setembro, o novo CD dos Loto. Também já aqui anunciámos que o seu título é Beat Riot e que a sua edição e distribuição serão da responsabilidade da Som Livre. Só não anunciámos o alinhamento das músicas nele incluidas, porque àquela data ainda não o sabíamos... Todavia, estamos já na posse desses importantes dados e não resistimos a publicar um post com o alinhamento das 13 faixas que compõem o CD Beat Riot, dos Loto. Aqui vai, para que conste:
1. We Are
2. Cukoo Plan (com a participação de Peter Hook)
3. The Right Time
4. New Generation Now!
5. Beat Riot (com a participação de Peter Hook)
6. Uau
7. Golden Boys (com a participação de Del Marquis)
8. Pop Attack
9. Young Heart (com a participação de Roger Lyons)
10. Over The Rainbow (com a participação de Roger Lyons)
11. Camouflage
12. Last Dance
13. Have No Fear (com a participação do The Cultural Fusion Choir of Manchester)
É claro que já ouvimos integralmente o conteúdo deste novo CD dos Loto e que logo às primeiras impressões nos saltou ao ouvido a excelência da produção de Roger Lyons, facto que constitui um dos enormes progressos agora conseguidos pela interessantíssima banda alcobacense. Não ficámos também imunes às faixas em que participam os ilustres convidados dos Loto, nomeadamente Cukoo Plan, em que o baixo do joydivisiano e neworderniano Peter Hook impulsiona irresistivelmente aquela batidíssima música. O tom a la David Bowie de Golden Boys fascinou-nos também logo à primeira ouvidela, com uma subtil mas muito convincente intervenção de Del Marquis, guitarrista dos Scissor Sisters. Muito bem conseguida é também a última e surpreendente faixa deste CD, Have No Fear, na qual os Loto retiram frutuosos dividendos da participação do singular Cultural Fusion Choir de Manchester, comprovando mais uma vez que aquela cidade não é apenas boa na bola... Também o é na música! Contudo, dois dos temas que melhor me impressionaram neste excelente Beat Riot dos Loto foram dois daqueles em que a criativa banda alcobacense mostra (mais uma vez) o que vale sem a participação de quaisquer convidados de luxo! Esse luxo vincadamente Loto evidencia-se claramente na embaladora Pop Attack, que me parece ser o mais potencial hit incluido neste CD, e na descomplexadíssima Over The Rainbow, digna sucessora das habituais e mais desbragadas "faixas escondidas" incluidas nas anteriores produções discográficas dos Loto.
Beat Riot confirma e reafirma que os Loto não são para brincadeiras e que a sua música continua a sobrevoar-nos em grandes e (muito) rasgados voos!