Thursday, September 28, 2006

A POUCAS HORAS DE OS THE GIFT SUBIREM AO PALCO NO CASINO ESTORIL PARA MAIS UM DOS SEUS CONCERTOS...

Dentro de cerca de três horas a banda pop alcobacense The Gift subirá a um dos palcos do Casino Estoril, para aí apresentar mais um dos seus concertos. Escrevi banda pop alcobacense pelo simples e evidente motivo de que eles nunca negaram ser isso. Antes pelo contrário... Bem ao seu estilo, os The Gift vão tentar mais uma vez fazer com que este seja um concerto especial. Para mim, já o conseguiram. E conseguiram-no pelo linear facto de terem durante os últimos dias apregoado aos quatro ventos da comunicação social que este seria um concerto comemorativo do 12º aniversário da sua primeira actuação ao vivo. É claro que (graças a eles) toda a gente neste país sabe que essa sua primeira actuação se deu em Alcobaça, no Bar Ben, numa das eliminatórias do 4º Concurso de Música Moderna de Alcobaça, em 1994. Curiosamente, eles acabaram por ficar em 2º lugar nessa edição daquele concurso. Cujos vencedores foram uns tais Paranóia, de Leiria, dos quais nunca mais ninguém ouviu falar... Recordo ainda que nesse ano aquele concurso apresentou uma novidade a nível nacional. Essa novidade, que eu mesmo trouxe de um idêntico concurso em Espanha, mais precisamente em Benidorm, era que o público presente na final do concurso também podia votar. No caso de Alcobaça vaçlendo a totalidade dos votos do público como 1 dos votos de um júri composto por 5 elementos. Curiosamente, nesse ano, a votação do público deu a vitória aos The Gift, que acabariam derrotados pelos 4 votos restantes desse júri...
Tendo eu sido co-fundador do Concurso de Música Moderna, juntamente com o meu grande amigo Carlos Nunes, em todas as suas 7 edições fomos nós os dois que fizemos a avaliação das bandas concorrentes e seleccionámos as bandas apuradas para as suas fases finais. Eu mesmo fui Presidente do Júri nas 3 suas primeiras edições, cargo que no ano do aparecimento dos The Gift era já desempenhado pelo meu belíssimo amigo Nuno Nabais. Quero com isto escrever que eu fui certamente a primeira pessoa a ouvir e analisar a qualidade musical dos The Gift, além deles mesmos, das suas famílias e dos seus amigos mais chegados. É evidente que logo à primeira ouvidela da sua maquete então apresentada a concurso fiquei seduzido pela sua sonoridade e pelo seu empenho naquilo que faziam. Músicas como Crying Ocean, Aeternyum ou Art of Laura demonstraram-me logo que ali havia qualquer coisa, o que se acabaria por confirmar durante o correr da fase final da edição daquele ano do Concurso de Música Moderna de Alcobaça. Todavia, devo aqui publicamente (voltar a) confessar que o tema dos The Gift que então melhor me impressionou e arrebatou foi a sua notável versão do mítico Decades dos Joy Division, que acabou por a sua melhor imagem de marca durante os seus primeiros anos...
Cerca de 10 meses depois dessa sua primeira actuação em palco, no Bar Ben, os The Gift fariam a sua primeira apresentação pública em concerto fora daquele mítico local da noite alcobacense. Foi em 29 de Julho de 1995 que os The Gift actuaram num superlotado Claustro D. Afonso VI do Mosteiro de Alcobaça, num espectáculo cujo programa continha um texto que eles me convidaram então a fazer para esse efeito. Esse texto intitulava-se The Gift, Na Página Do Relâmpago Eléctrico, e no seu parágrafo final eu caracterizava aquela (então) nova banda alcobacense do seguinte modo: "A arte musical dos The Gift reflecte uma tensão dialética entre a interioridade & a exterioridade, entre o onanismo & a extroversão, & é na exaltação desse conflito entre niilismo & vontade de poder que se indicia o fascínio deste agrupamento pop". Curiosamente ainda os vejo do mesmo modo e aposto o meu almoço de amanhã em como neste preciso momento eles estão muito menos nervosos do que estavam há precisamente 12 anos antes de subir pela primeira vez a um palco, em Alcobaça, no tal Bar Ben...

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