Saturday, October 07, 2006

UM POEMA DE TARCÍSIO TRINDADE SOBRE A SERRA DOS CANDEEIROS

ARCO- ÍRIS

Está a chover e a fazer sol
E os meninos foram os primeiros
A ver as sete cores
Na Serra dos Candeeiros

Fizeram uma roda
E vão dançar a manhã toda
Enquanto as velhas
Boas e más
Estão a pentear- se
Em serena paz

TARCÍSIO TRINDADE
Os Meninos e as Quatro Estações, Edições Panorama, Lisboa,1960

Friday, October 06, 2006

ORFEÃO DE LEIRIA COMEMORA ABERTURA DO ANO LECTIVO E DIA MUNDIAL DA MÚSICA COM UM ESPECTÁCULO (NON STOP) À GRANDE E À FRANCESA!

O Orfeão de Leiria/ Conservatório de Artes não deixa de nos surpreender. Aquelas cabecinhas não páram, tentando sempre fazer o melhor possível por essa nobre actividade que é a Música. Desta vez, aquela indispensável entidade meteu mãos à obra no sentido de comemorar a inauguração do (seu) próximo ano lectivo e o Dia Mundial da Música do modo mais original e espectacular possível. E a verdade é que acertaram mesmo na mouche! Sendo assim, o Orfeão de Leiria comemora esses dois acontecimentos em simultâneo, a partir das 10 horas e 30 de sábado, 7 de Outubro, com um Concerto Non Stop, que apenas terminará às 10 e 30 do domingo seguinte, apresentando desse modo um espectáculo com 24 horas consecutivas de música ao vivo!
Curiosamente, os horários desse espectacular Concerto Non Stop ainda não estão totalmente preenchidos, havendo ainda vagas para os músicos que pretenderem também participar naquele evento.Os interessados podem fazer a sua tentativa de marcação telefonando para o Orfeão de Leiria, através do telefone 244829550. Como a coisa vai pela noite dentro, os músicos podem mesmo ir antes a outro concerto, ir ao cinema ou namorar até mais tarde, que ainda lhes poderá sobrar tempo para participar nesta histórica comemoração do Orfeão de Leiria. Eu mesmo já estou a tentar ensaiar uns solos de piano e talvez também lá apareça...

Thursday, October 05, 2006

HÁ COISAS (COMO O 4º ANIVERSÁRIO DO CLINIC) QUE ESTE BLOGUE NÃO PODE (MESMO) DEIXAR PASSAR EM BRANCO

É assim mesmo, caros visitantes: o Clinic comemora o seu 4º aniversário na noite de sexta-feira, 6 de Outubro. É indiscutível que a noite alcobacense nunca mais foi a mesma desde a sua inauguração... Até ao presente... E até ao futuro... Parabéns Clinic!

ÓBIDOS NÃO PÁRA E ANUNCIA ALICIANTE TEMPORADA DE CRAVO

Pois é. Ainda não se diluiram os reluzentes ecos da mais recente edição do Festival de Teatro de Óbidos e já aquela vila estremenha promete lançar-se em novo e aliciante acontecimento cultural. Escrevo sobre a Temporada de Cravo cujos concertos irão decorrer no Auditório da Casa da Música de Óbidos, já a partir de sábado, 7 de Outubro. As honras de abertura irão direitinhas para uma das mais competentes cantoras portuguesas da actualidade, a soprano Ana Paula Russo, e para um concerto com cravo e soprano em que serão interpretadas composições de Scarlatti, Bach e Mozart. O evento continuará nas noites de 13, 21 e 27 de Outubro, sempre com a interpretação de produções musicais de interessantíssimos compositores por interessantíssimos intérpretes, merecendo especial destaque, na noite de 21 de Outubro, a estreia absoluta de um novo e prometedor ensemble, a Camerata Josefa de Óbidos, dirigida por Marco Mazza, que interpretará obras musicais de compositores tão insuspeitos como Mozart e Vivaldi.
Contudo, afigura-se que a noite mais relevante desta Temporada de Cravo de Óbidos será precisamente a última, a 28 de Outubro, na qual estará em palco o Grupo de Música Antiga da OP- Companhia Portuguesa de Ópera, sob a direcção musical de António Carrilho. O espectáculo dessa noite promete ficar memorável, com a apresentação, em estreia absoluta, da ópera semi-encenada A Descida de Orfeu aos Infernos, de Marc-Antoine Charpentier. Parece-me que nem as circunspectas muralhas que abrigam a simpática vila de Óbidos conseguirão ficar indiferentes àquele espectáculo...

Wednesday, October 04, 2006

CONCERTO DO CHRIS CHEEK QUARTET JUSTIFICA DESLOCAÇÃO À MARINHA GRANDE, PARA MAIS UM ESPECTÁCULO DO FESTIVAL DE JAZZ DA ALTA ESTREMADURA 2006

Chris Cheek é um dos mais notáveis saxofonistas que ouvi actuar nos últimos anos. Ouvi-o pela primeira vez ao vivo em Lisboa, durante o Jazz em Agosto 98, festival em que actuou integrando o agrupamento The Bloomdaddies, cuja invulgar formação incluia 2 saxofonistas, 2 bateristas e um baixista, este último também vocalista do grupo. Além da sua extraordinária categoria técnica e da sua verve, Chris Cheek e o seu companheiro de saxofones nos The Bloomdaddies surpreenderam-me também então pelo seu espírito de abertura, naquela noite também evidente no facto de ambos os saxofonistas utilizarem (e de que maneira!) pedaleira e pedais de efeitos (cerca de 5 cada um!), quase à maneira dos guitarristas de rock! É claro que saí vencido e convencido daquele concerto e que passei a ser fã quase incondicional de Chris Cheek. Sabendo que ele vai actuar no pavilhão do Sport Operário Marinhense, na vizinha Marinha Grande, na noite da próxima sexta-feira, 6 de Outubro, em espectáculo integrado na edição deste ano do Festival Jazz na Estremadura, o mínimo que posso aqui fazer, além de aconselhar vivamente este concerto, é oferecer boleia a 2 ou 3 jazzistas que me queiram acompanhar numa viagem ao melhor jazz contemporâneo! Como curiosidade, acrescento aqui que o baterista que vai acompanhar Chris Cheek neste seu concerto marinhense vai ser Dan Rieser, um dos incomparáveis jazzmen que o acompanhavam nos The Bloomdaddies, comprovando que este apenas pode ser um espectáculo 5 estrelas!!!

Tuesday, October 03, 2006

ANNE SOFIE VON OTTER INAUGURA TEMPORADA GULBENKIAN DE MÚSICA 2006/2007 NUM CONCERTO COM TANTO DE INVULGAR COMO DE ALICIANTE

A noite de quarta-feira, 4 de Outubro, marcará o início da Temporada Gulbenkian de Música 2006/ 2007, num ano que se afigura, certamente, como um dos mais marcantes de sempre, tais são a qualidade e a quantidade dos intérpretes e dos programas que se anunciam. O concerto de abertura conduzirá ao Grande Auditório da Fundação Gulbenkian um público muito interessado em assistir a um invulgar e aliciante espectáculo. Em palco estará a meio-soprano sueca Anne Sofie von Otter, indiscutível grande vedeta da música culta mundial, que nos últimos anos suirpreendeu meio mundo e o outro quando trocou o repertório clássico e romântico pelo universo pop de Elvis Costello, num muitíssimo bem sucedido disco! A emblemática e bonita cantora sueca volta este ano a deliciar-se num novo namoro entre a música culta e universo pop/rock, com o seu espectáculo I Let The Music Speak, no qual interpreta canções francesas, canções de Kurt Weill, canções de musicais suecos e (nem mais nem menos!) canções dos seus bem sucedidos compatriotas Abba, acompanhada por excelentes instrumentistas do seu país como o pianista Bengt Forsberg, o violinista Torbjorn Nasbom ou o "electrónico" Ballan Sordestrom. A coisa promete mesmo muito e a verdade é que a lotação da sala já está esgotada há alguns meses. Não sei é como é que a abertura estilística de um espectáculo como este será recebida pelos (mais) puristas (clássicos) espectadores da Temporada Gulbenkian... Quanto a mim, estou absolutamente convencido de que vai ser mesmo um concerto fantástico!

Monday, October 02, 2006

SAMUEL JERÓNIMO/ RIMA- A MÚSICA COMO EXCESSO DE TRANSPARÊNCIA E DE LEVEZA

Quando ouvi pela primeira vez a música do Samuel Jerónimo quase instantaneamente me apercebi de que entre as suas mais revigorantes inspirações e influências musicais avultavam declaradamente as da pop progressiva e da música minimal, por si subliminarmente mimetizadas em incontornáveis vultos daquelas tipologias musicais ou na magnetizante sonoridade das emblemáticas orquestras de gamelão do Bali. Em 2004, a edição da sua primeira produção discográfica em nome próprio não só me avivou essa sensação como me confirmou que todo o seu trabalho artístico era dinamizado por aquele intelectivo “excesso de transparência e de leveza” de que falava António Ramos Rosa num seu prodigioso poema da década de 1980… A evolução criativa do Samuel Jerónimo conduziu-nos agora a uma sua nova e estimulante produção discográfica, cuja ambiência reafirma e renova o inventivo percurso artístico de um músico cuja arte compositiva se continua a reformular a um ritmo com tanto de metódico como de arrojado.
Nesta sua nova produção artística agora lançada em C.D., sob o sugestivo título Rima, Samuel Jerónimo encaminha o seu discurso musical através dos quase imperceptíveis parâmetros de um suposto conflito criativo entre modernismo (passado-presente) e pós-modernismo (presente-futuro), relacionando dialecticamente a sua escrita musical numa criativa síntese entre o “mito do eterno retorno” de Nietzsche e a “reconstituição da noção do ser” de Heidegger. Rima é uma peça musical composta e interpretada em quatro partes, ou melhor escrevendo, em quatro versos entre si relacionados. A verdade nua e crua é que o que este C.D. nos apresenta é a prova clara e transparente de que a arte de Samuel Jerónimo continua a evoluir denunciando uma sua ininterrupta evolução no sentido músico-filosófico, evidenciada em cada sua nova nota ou em cada seu novo acorde…
Regressando ao sentido e ao sentir do mesmo poema de António Ramos Rosa, não me coíbo de aqui especular e intuir que a dotada escrita musical de Samuel Jerónimo não vai parar por aqui, continuando a tentar sempre assumir a cada instante a procura desse “momento único” que “não surge” ou “talvez nunca venha a surgir “, continuando a compor “na expectativa desse momento” em que a sua palavra musical poderá “dizer as cores, a doçura, o perfume que transforma o exílio no claro paraíso do silêncio”, ou seja, atingir os píncaros da genialidade! Neste seu novo CD Rima, a música electroacústica de Samuel Jerónimo revela uma (muito) maior maturidade e uma (muito) mais cuidada sintetização de ideias, demonstrando uma clara evolução work in progress a ter (muito) em conta no futuro da música culta contemporânra portuguesa. Vontade e empenho para novas conquistas são atributos que parecem continuar a não faltar ao Samuel Jerónimo!

Sunday, October 01, 2006

TUBISTA ALCOBACENSE SÉRGIO CAROLINO VAI SER UMA DAS VEDETAS DO FESTIVAL DE JAZZ DE BRUGGE

Praticamente já todos sabíamos que o notável tubista alcobacense Sérgio Carolino vai ser a figura em destaque na programação do Cine-Teatro de Alcobaça quando na próxima noite de 4 de Novembro ali for apresentada mais uma edição do seu Ciclo de Músicos Alcobacenses, através de uma prometedora "Carta Branca a Sérgio Carolino".
O que muitos dos visitantes do Nas Faldas da Serra não sabiam ainda é que o mesmíssimo Sérgio Carolino vai ser também figura em destaque no conceituado Jazz Brugge 2006, festival em cuja programação o renomado tubista alcobacense merece mesmo especial destaque. Aquele festival daquela lindíssima cidade belga decorrerá entre 5 e 8 de Outubro e o nosso bom amigo Sérgio actuará na noite de sábado, 7, com o seu ensemble TGB, que integra também o guitarrista Mário Delgado e o baterista Alexandre Frazão. Posso até aqui referir que o evento merece uma visita (de propósito) àquela cidade, na qual há alguns anos visitei uma das mais fascinantes àreas urbanas que são consideradas Património Mundial pela Unesco: a Beguinária, ou melhor escrevendo: Le Béguinage. Ah grande Sérgio!

PROJECTOS ARQUITECTÓNICOS DE REQUALIFICAÇÃO ALCOBACENSE ESTÃO A FAZER BOA FIGURA A NÍVEL INTERNACIONACIONAL!

O portal da Câmara Municipal de de Alcobaça (http://www.cm-alcobaca.pt) noticia presentemente na sua homepage que o projecto de requalificação urbana concebido pelo Arquitecto Gonçalo Byrne para a zona envolvente ao Mosteiro de Alcobaça foi distinguido com a passagem à fase final do European Prize for Urban Public Space deste ano, tendo sido um dos 20 projectos assim premiados entre as 207 candidaturas previamente seleccionadas. De entre esses 207 projectos apresentados a concurso 7 eram portugueses, de entre os quais o do Arquitecto Gonçalo Byrne foi o único a conseguir o feito de passar à fase final...
Curiosamente, chegou aos ouvidos do Nas Faldas da Serra que outro recente projecto alcobacense de requalificação a nível urbano está previamente seleccionado para outro importante prémio de arquitectura. A coisa parece andar ainda um bocado calada, mas o Nas Faldas da Serra pode mesmo dar-se ao luxo de aqui adiantar que esse projecto é o de requalificação e recuperação da Escola Adães Bermudes. Aqui fica então a dica, essencialmente destinada os mais dedicados Sherlock Holmes da investigação local...