FANTOCHES
Que trágico destino o dos fantoches,
Anões, desengonçados, picarescos,
- Pobres bobos em nossas mãos cruéis...
Mas atenta em seus rostos
Contorcidos de escárnio,
Em que há, petrificadas,
Medonhas gargalhadas
A caricaturarem nosso riso!
Eles fingem talvez que são escravos,
Por terem dó de nós,
Do nosso orgulho doido,
Mas sem quererem crer
Em nosso vão poder de falsos deuses...
Quem puxa os cordelinhos,
Terríveis, invisíveis,
Que nos fazem dançar sem alegria?...
Verdadeiros fantoches
Os que ignoram que o são
E nunca ousaram rir!
FERNANDO DE PAMPLONA
Pássaro de Bruma, edição do autor, Lisboa, 1983
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