Friday, March 20, 2009

AS CRIADAS, DE JEAN GENET, POR JOÃO GARCIA MIGUEL, NO CENTRO CULTURAL E CONGRESSOS, EM CALDAS DA RAINHA

“AS CRIADAS”
POR JOÃO GARCIA MIGUEL
De 20 Março 2009 a 21 Março 2009 21:30
Grande Auditório Centro Cultural e Congressos - Caldas da Rainha
João Garcia Miguel encena a polémica peça “As Criadas”, de Jean Genet, apresentada numa leitura renovada.A questão do poder e o conflito entre vida e morte ressurgem num jogo de linguagens que desencadeia a reflexão sobre os labirintos que enformam a condição humana.A estreia da peça original, em 1947, estalou a polémica pela sua forte crítica à hierarquia das classes sociais e às relações de escravatura.O dramaturgo francês (1910-1986) partiu de uma história verídica para contar a história de duas criadas, irmãs, que assassinaram a patroa.João Garcia Miguel traduziu e adaptou este texto emblemático seguindo um conselho do próprio Jean Genet: "como tudo se passa demasiado depressa e demasiado explicitamente, sugiro aos eventuais encenadores que substituam as expressões demasiado precisas, as que tornem a situação demasiado explicita, por outras mais ambíguas. Que as comediantes representem, excessivamente”.Aproveitando a dica do “excesso sobre o excesso”, João Garcia Miguel, Anton Skrzypiciel e Miguel Borges surgem em cena como homens interpretando o papel de mulheres numa versão trilingue, colocando o português, o francês e o inglês "em confronto".Segundo o encenador, esta versão "cria quase uma nova linguagem" e recorre à repetição, mas evita fazê-lo de forma exaustiva. “A ironia profunda e contraditória do texto, que oscila entre a comédia e o sacrifício, o excesso e a contradição, a subtileza e a brutalidade influenciará as iniciativas da encenação. Há imensas motivações entrançadas num apelo à fuga, à ilusão, à mentira, à submissão, à subversão, à vida e à morte, a partir das quais tomaremos a iniciativa de desenvolver um processo activo de criação”, adianta ainda.A interpretação está a cargo do próprio João Garcia Miguel, de Anton Skrzypiciel e Miguel Borges. É de ir!

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