Thursday, November 30, 2006

ANTÓNIO RAMOS ROSA DISTINGUIDO COM PRÉMIO DE POESIA APE/CTT 2005

Numa semana em que faleceu Mário Cesariny de Vasconcelos, um dos nossos poetas favoritos, a atribuição do Prémio de Poesia 2005 da Associação Portuguesa de Escritores a António Ramos Rosa, outro dos nossos poetas de eleição, vem comprovar que se há algo de extraordinário neste país é a sua (melhor) poesia. O Nas Faldas da Serra não podia deixar passar esta ocasião sem aqui homenagear António Ramos Rosa com a publicação de um seu poema:


ESTAS PALAVRAS

Como quem grava a cabeça silenciosa
como se reúne a água à água
estas palavras
não dizem todavia o júbilo
ou o rio
que sob elas flui

Oh quem diria
o que de súbito nos une um eco um brilho
não os sinais
mas a duna e o espaço
a configuração viva do instante
a nuvem vermelha sobre o monte
o completo sentimento do intacto

ANTÓNIO RAMOS ROSA
A Nuvem Sobre a Página, 1978

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