Wednesday, April 09, 2008

25 DE ABRIL/CONCURSO LITERÁRIO: 30 POEMAS PARA COMEMORAR A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS

O 25 DE ABRIL

Até 1974, não havia livre opinião
para não abalar o conservadorismo
que embebia esta apática Nação,
onde imperava um encapuçado fascismo!
Governado por Salazar com firme mão
sentia-se em Portugal, rigor e cinismo,
dando-se a ideia da felicidade e candura
com mordaças da PIDE e da Censura!

Com os portugueses monarcas regentes,
o mundo conheceu Pequim, Cantão e Goa!
Fundaram eles Colónias influentes,
e tanto ouro, para nós, delas escoa
que até os Senhores do Estado dirigentes
em Angola queriam a Nova Lisboa!
A nossa capital desejavam mudar
para assim África melhor controlar!

O Presidente do Conselho, António Salazar,
sentindo que as Colónias se rebelarão,
com o intuito de as salvaguardar
e impedir-lhes a libertação,
enviou exércitos inteiros para o Ultramar
constituídos por corajosa jovem geração,
que pela Pátria sua Vida concedeu,
em Moçambique, Sâo Tomé e Angola morreu.

O Dirigente de Santa Comba Dão,
sempre seguido pelo Cardeal Cerejeira,
veio a receber a Extrema Unção
em consequência da sua queda da cadeira!
Sucedeu-lhe Marcelo Caetano, então,
Professor de Direito de alta craveira!
De acordo com os tempos, era natural,
que fosse este agora pouco mais liberal!

A Polícia Internacional de Defesa do Estado
mantinha a disciplina e a repressão,
ficando por ela sumariamente condenado
quem fosse de diferente opinião
estando o país em refém tornado!
A PIDE prendia e interrogava todo o cidadão
chegando a torturar brutalmente,
pois que o podia fazer impunemente!

Portugueses fugiram de noite para o estrangeiro,
sentindo fome, medo e humilhação
aventurarm-se na vida como um marinheiro,
eram milhares em emigração!
Fugiram do Regime carcereiro,
pois que não havia livre expressão,
onde falar era um tormento
e pessoas eram presas sem julgamento!

Em Caxias, Peniche ou Tarrafal,
sofreram os presos políticos em irmandade,
pois que seu único mal
foi, durante anos e na clandestinidade,
pugnarem pelo seu país ideal.
Finalmente conseguem a liberdade,
com o fim do Regime que os tortura
durante interrogatórios que levam à loucura!

Já deste déspota Governo cansados,
e dispostos pelo seu povo lutar,
os Capitães, todos combinados,
fazendo, finalmente, a vontade popular,
ordenaram exércitos, com armas e blindados,
sair dos quartéis e o País tomar!
Dispostos estavam pelos seus ideais morrer:
Democratizar, descolonizar e desenvolver!

Ao som de Zeca Afonso na "Grândola" canção
marcharam soldados mais de mil
para a Portugal devolverem a libertação!
Destronaram, pois, no 25 de Abril,
sendo o cravo o símbolo da Revolução,
o solitário e velho fascismo hostil,
em que vitoriosas foram as Forças Armadas,
e pela sua coragem foram amadas!

Na frente, entre outros, também se apresentaram
Mário Soares e Álvaro Cunhal!
Na clandestinidade estoicamente lutaram,
ajudando a enterrar o punhal,
com combates políticos que travaram,
que precipitou a morte do Regime animal!
Comigo instalou-se Democracia e igualdade,
pois meu nome é: LIBERDADE!

"É o povo quem mais ordena!",
gritou-se com lágrimas de alegria
o fim do Estado que condena
um povo que tem uma só fantasia:
ser ele a escolher quem governa!
Que tamanha ousadia,
embriagada de coragem pura,
após 40 anos de asfixiante Ditadura!

Portugal vem há 3 décadas peregrinando
e crescendo nesta sua nova História
com a Liberdade que vem experimentando
da Revolução que fica na memória!
Que esta Nação continue exaltando
a Liberdade, sua Coroa de Glória,
e que o povo para sempre se encante
com o Seu 25 de Abril triunfante!

RICARDO FLORENTINO PEÇA NEVES BRAGA

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