Quarta-feira . 26 de Maio . 21h30
Teatro José Lúcio da Silva (Leiria)
FABIO BIONDI & EUROPA GALANTE
Fabio Biondi, maestro
Filipe Mesquita de Oliveira, apresentação
Arcangelo Corelli (1653-1713)
Concerto Grosso em Si bemol maior, op.6 nº11
Antonio Brioschi (fl. c. 1725-1750)
Sinfonia em Ré maior
Pietro Antonio Locatelli (1695-1764)
Concerto Grosso em Ré maior, op.1 nº 5
Antonio Vivaldi (1678-1741)
La Stravaganza, Concerto para Violino em Lá menor, RV 357
Antonio Vivaldi
Sinfonia para cordas, em Sol maior, Il Coro delle Muse, RV 149
Concerto para Violino, Violoncelo e cordas, em Si bemol maior, RV 547
Johann Sebastian Bach (1685-1750)
Concerto para Violino e cordas, em Sol menor, BWV 1056
Francesco Geminiani (1687-1762)
Concerto Grosso Nº 12, em Ré Maior, La Follia
Apresentação
Do ponto de vista etimológico, a palavra concerto provém de duas raízes diferentes. Por um lado, Consentio cujo um dos sentidos é "entender-se", "estar de acordo", no português actual "consenso". Por outro, Certatio que quer dizer "contenda", "disputa". Da simultaneidade entre o consenso e o confronto nasce o concerto como expressão acabada da união dos contrários, da total harmonia das coisas. Na Itália do período barroco essa ideia foi recriada em palco através do concerto enquanto género musical que opunha uma orquestra de cordas, o tutti ou ripieno, a um pequeno grupo de músicos ou a apenas um solista, respectivamente o concertino e solo. O diálogo estabelecido entre ambos era representativo da própria ideia de perfeição em música, já que nele podíamos sentir a velha concepção grega baseada no mito de Orfeu. Este apaziguava a bestialidade das fúrias dos Infernos através da beleza do seu canto, conseguindo a harmonia a partir do caos onde reinava o constante desacordo.
A Ars violinística do Barroco italiano reveste-se precisamente desse lado órfico/apolíneo da linguagem musical, accionado o jogo de tensões e distensões num constante acordo e confronto entre pares. O resultado é a imanência da agitação pânica da teatralidade barroca imortalizada pela música dos compositores/violinistas italianos, cujas obras ouviremos esta noite. Partindo de Corelli, isto é, da fórmula inicial do género, o concerto grosso que opõe um concertino a um tutti, seremos guiados pela música de Vivaldi até à expressão eloquente de duas figuras maiores do barroco violinístico tardio, Locatelli e Geminiani. Ainda haverá espaço para Bach, numa das tantas homenagens geniais que prestou ao género, nomeadamente o Concerto para violino e cordas, BWV 1056.
Filipe Mesquita de Oliveira
Provavelmente será o grande concerto do ano no distrito de Leiria: é de ir!
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