Saturday, January 20, 2007

REFERENDO DE 11 DE FEVEREIRO: SACERDÓCIO PELO NÃO/NÃO E SACERDÓCIO PELO NÃO/SIM

Até esta data temo-nos circunscrito a fazer campanha pelo voto SIM no próximo referendo de 11 de Fevereiro, noticiando essencialmente o que tem sido dito e escrito do lado em que nos posicionamos nesta questão: o do voto SIM quanto ao que estará em causa nesse referendo, ou seja, quanto à despenalização da interrupção voluntária da gravidez, nos termos sublinhados na pergunta a que responderemos nesse dia. Nesta postagem vamos abrir a excepção de citar dois testemunhos do outro lado da barricada, ou seja, de quem defende o voto -não- nesse referendo, como é, essencialmente o caso de sacerdotes ligados à igreja católica.
Esses dois testemunhos são tão contraditórios quanto a própria essência deste termo, e o primeiro que aqui referimos é o do cónego de Castelo de Vide, Tarcísio Fernandes Alves, que, segundo tem rezado alguma imprensa, levou tão longe a sua aflição contra o provável resultado daquele referendo a favor do SIM, que não se coibiu de ameaçar os seus paroquianos com a "excomunhão automática" caso votassem SIM no referendo de 11 de Fevereiro. Não terá aquele senhor reparado que vivemos em Democracia há quase 33 anos e que uma das particularidades constitucionais do voto é ser "universal, directo e secreto", ou seja, quem vota pode e deve fazê-lo de acordo com a sua consciência, não tendo de prestar contas das suas opções a ninguém, se assim o entender... Ou viverá ainda ele na Idade Média?
O outro testemunho situa-se entre aqueles que todos os defensores do -não- que continuam a optar pela mais descomplexada demagogia deveriam ler, aprender e sobre ele reflectir. Foi seu autor o bispo de Beja, António Vitalino Dantas, que, segundo reza alguma imprensa, admitiu publicamente, durante um debate realizado na Escola Superior de Educação de Beja, que o embrião fecundado "não é pessoa humana , porque não tem consciência dos seus actos. Não tem alma", dando um exemplo de que também os defensores do voto -não- no referendo de 11 de Fevereiro podem fazer campanha com um mínimo de honestidade intelectual e situando-se definitivamente neste século...

No comments: