Monday, May 14, 2007

SEXTAS DO DOCUMENTÁRIO RELANÇAM DOCLISBOA EM ALCOBAÇA, NO CINE-TEATRO

Após o sucesso da primeira extensão realizada em Alcobaça, o DocLisboa (Festival Internacional de Cinema Documental de Lisboa) regressa ao Grande Auditório do Cine-Teatro. Sob o signo das sextas-feiras e numa rubrica mensal dedicada ao melhor do documentário nacional, as "Sextas do Documentário" voltam a reafirmar o género documental como uma das mais estimulantes formas de expressão no cinema.
Uma vez por mês, a proposta é olhar as diferentes realidades que nos escapam e ignoramos, habitualmente negadas pela formalidade dos modelos mediáticos ou pelo discurso televisivo normalizado. Não só: abrir caminho ao debate e à discussão das imagens, instituir com regularidade uma maior exposição do género que nos últimos anos (e talvez desde sempre) mais nos tem dito sobre quem somos e o que nos rodeia. Aliás, se um dos temas mais presentes na última edição do DocLisboa em 2006 centrou-se nas diferentes heranças culturais e na relação actual do pais com as suas ex-colónias, essa é questão aprofundada nas obras que inauguram estes próximos três meses. Sem ficções nem fantasias, e numa sexta a meio de cada mês, o documentário fala mais alto. Em bom português.

O regresso do DocLisboa a Alcobaça e ao seu Cine-Teatro, terá a sua primeira sessão em 18
de Maio, Sexta-Feira, às 21H30, com a apresentação de "LUSOFONIA, A (R)EVOLUÇÃO", filme colectivo com produção da Red Bull Music Academy, duração de 60 minutos e estreia em Portugal em 2006 (entrada só por convite):

Está a afirmar-se em Portugal uma geração de músicos, produtores e DJs que, atentos às mutações estéticas e tecnológicas na música, reivindicam o traço distintivo herdado da cultura lusófona de que fazem parte. Este movimento musical resume cinco séculos de história e através dele Lisboa afirma-se com um palco de misturas de elementos musicais que pegam na herança lusófona: ritmos de coladeras juntos a jazz, beats de kuduro com hip hop, reggae e crioulo. "Lusofonia, A (R)Evolução" é um olhar sobre um momento de fervor criativo na vida da música em Portugal.
A sessão será seguida de debate, com as presenças do jornalista e crítico de música Vítor Belanciano (Público) e do argumentista João Xavier (Curto-Circuito).
Este ciclo incluirá ainda as seguintes projecções:
22
JUNHO I SEXTA I 21H30
"PÁTRIA INCERTA", de Inês Gonçalves e Vasco Pimentel | 52' Portugal 2006

"Pátria Incerta" olha para um aspecto da colonização de que nunca ninguém fala: o génio que o povo colonizado revela ao produzir uma síntese civilizacional própria. Durante 450 anos, Goa fez parte do império colonial português, de costas voltadas para o resto da Índia. Nos primeiros 60 anos da ocupação, metade da população (intensamente culta, intensamente estruturada, intensamente hindu) foi forçada a converter-se à religião católica. Tal como o clima húmido de Goa dificulta o sarar das feridas, também o passado parece não conseguir cicatrizar. A memória da cultura portuguesa sobrevive em Goa e revela-se à vitalidade da cultura hindu, nunca enfraquecida, presente por toda a parte - até nos católicos goeses, descendentes de hindus convertidos.
Sessão seguida de debate com a presença dos realizadores.

20 JULHO I SEXTA I 21H30
"OXALÁ CRESÇAM PITANGAS", de Kiluange Liberdade e Ondajki | 60' Portugal 2006

Um filme em Angola, sobre Luanda. Angola, 30 anos de Independência, três anos de paz. Capital, Luanda. Cidade construída para 600.000 habitantes. Actualmente com quatro milhões. Cruzamento de várias realidades e gente de todas as províncias. Elo de ligação com o resto do mundo. A vida desta cidade são as pessoas. Que pessoas? Através de 10 personagens, mostram-se formas diferentes de viver e interpretar a cidade.
Sessão seguida de debate com a presença do realizador Kiluange Liberdade.

Estas duas sessões terão bilhetes ao preço de dois euros cada, o que não se pode dizer que seja caro para a qualidade do programa, não é?

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