Wednesday, April 25, 2007

25 DE ABRIL SEMPRE! UM POEMA DE NATÁLIA CORREIA...

Como de um peso lento sai a trova
digo Abril. Bom dia Liberdade!
Ramifica-se em flores a Boa Nova.
Afinal estrela d'alva era verdade.

Republicana é Vénus: tem-se a prova
nas curvas amorosas da cidade.
Celeiros de canções são a desova
do hábito do pus da claridade.

Ó visão! demais são tuas estrelas.
Um viveu de as esperar morreu de vê-las
e tombou a jurar que era de gás.

Viesta para passar já que és virgem?
És vidro? és diamante? és puta ou virgem?
Fica serenamente. Como a paz.

NATÁLIA CORREIA
Epístola aos Iamitas, 1976

2 comments:

VR said...

"Não sabemos se haverá ingenuidade em desejar moral na política e se não terá havido em qualquer nação governantes em que o carácter e a dignidade pessoal tenham julgado de seu dever entrar também na vida pública, regrando processos de administração. Não sabemos. O que sabemos é que a desordem e imoralidade políticas têm um efeito corrosivo na alma das nações. E o abastardamento do carácter nacional não pode deixar de influir no desenvolvimento e progresso de um povo, sob qualquer aspecto que o queiramos considerar".

Oliveira Salazar, O Ágio do Ouro, 1916

José Alberto Vasco said...

Cada nação, como cada indivíduo, tem tendência a bastar-se, a fechar-se em si mesma, a confinar-se na sua especialidade. E se pensou que os meios de comunicação modernos, que nos nossos dias facilitam tanto os contactos, aboliram todas as muralhas chinesas e fariam desaparecer o patriotismo exagerado, foi um engano. Muitas vezes mesmo, parece que esses contactos produziram o efeito exactamente contrário a uma compreensão musical: o medo de ser atingido pelo estrangeiro, e, como consequência,um redobrar de particularismo patriótico. Esse patriotismo exagerado, que de resto se pode compreender, não é em todo o caso o que ele julga ser- um indício de força.

Wilhelm Furtwaengler, Diálogos Sobre Música, 1937