Thursday, June 07, 2007

BAZAR DAS MONJAS DE COZ APRESENTOU PRÉMIO DE REVELAÇÃO ARTÍSTICA D. BENTA DE AGUIAR

Na passada terça-feira, 5 de Junho, o Bazar das Monjas de Coz comemorou o seu terceiro aniversário apresentando o tão ambicioso como bem-vindo Prémio de Revelação Artística D. Benta de Aguiar 2007. Raquel Romão, coordenadora do evento e Valdemar Rodrigues, seu consultor cultural, conduziram essa apresentação falando das motivações e objectivos que os conduziram à criação do PRADBA 2007, anunciando também a colaboração de José Alberto Vasco como seu Comissário. Foi ainda anunciado nessa tarde o nome do historiador Pedro Penteado como um dos elementos do Júri que atribuirá esse prémio, informando-se ainda que os restantes elementos que integrarão esse Júri serão oportuna e regularmente anunciados pela organização do PRADBA 2007. No final daquela apresentação, Raquel Romão conduziu muitos dos presentes numa simpática e motivadora visita guiada a essa autêntica preciosidade que é o Convento de Coz, anunciando ainda que a organização do PRADBA 2007 anunciará também brevemente uma série de actividades paralelas àquele evento, nomeadamente visitas guiadas às capelas existentes na freguesia de Coz. Resta-nos por agora desejar muitos parabéns ao Bazar das Monjas e muitas felicidades ao PRADBA 2007, publicando seguidamente o objectivo e a razão histórica que presidiram à conceptualização do PRADBA 2007:

PRÉMIO DE REVELAÇÃO ARTÍSTICA

D. BENTA DE AGUIAR

PRADBA 2007

Ensaio – Texto Literário – Pintura – Desenho

Escultura – Fotografia – Vídeo

1º Classificado – 1 500 Euros

2º Classificado - 750 Euros

3º Classificado - 250 Euros

Menções honrosas - 150 Euros cada

Data limite para a RECEPÇÃO dos trabalhos: 31 de Dezembro de 2007

Cerimónia de entrega do prémio: 7 de Junho de 2008

Exibição dos trabalhos: 14 de Junho a 31 de Julho de 2008

Levantamento dos trabalhos: 1 a 17 de Agosto de 2008

Regulamento disponível em

www.bazardasmonjas.blogspot.com

Informações

Bazar das Monjas de Coz

R. Prof. José dos Santos Teodoro, 24

2460 – 396 Coz ǀ Alcobaça ǀ Portugal

Tel. & Fax 262 544 227

bazardasmonjas@gmail.com

OBJECTIVO

O Prémio de Revelação Artística D. Benta de Aguiar (PRADBA), instituído pelo Bazar das Monjas de Coz no dia do seu 3º Aniversário, a 5 de Junho de 2007, pretende contribuir simultaneamente para a descoberta de novos valores no campo das artes e para a divulgação da riqueza cultural e patrimonial existente na Freguesia de Coz, Concelho de Alcobaça, onde pontifica o Mosteiro de Santa Maria de Coz, monumento fundado em 1279 e que, no século XVI, viria a ser transformado na casa conventual das monjas da Ordem feminina de Cister, situação em que se manteve até à extinção das ordens religiosas ocorrida em 1834.

RAZÃO HISTÓRICA

Sobressai na história do Mosteiro de Sta. Maria de Coz o período fulgente de 1530 a 1578, durante o qual as monjas de Coz foram governadas por Dona Benta de Aguiar. Mulher austera, descendente de famílias “antigas e luzidas” com solar em São Paio da Pousada, nas proximidades de Braga, foi nomeada abadessa por mandado de D. João III com apenas vinte e sete anos de idade. Como sustentam os historiadores, D. Benta de Aguiar representa o tipo de monja integrada nos padrões da piedade e da mística conventuais próprios do catolicismo da segunda metade do século XVI. Tal como Teresa de Ávila (1515-1582), também Benta de Aguiar se entregava a frequentes jejuns e outras penitências, cumprindo zelosamente todos os rituais associados à vida conventual. A sua fé e fervorosa devoção ao culto religioso fizeram com que se acumulassem em seu redor os indícios místicos do miraculoso, existindo mesmo alguns registos de milagres por si supostamente realizados. D. Benta atraiu deste modo a atenção do Cardeal D. Henrique que se aproveitava dos seus “sanctos conselhos” e se encomendava às suas orações. Nas vésperas da batalha de Alcácer Quibir, em que D. Sebastião acabaria por desaparecer, D. Benta de Aguiar terá entre sonhos prenunciado o desastre das tropas portuguesas: Beati mortui, qui in Domino moriuntur, terá ouvido dizer em sonho, ao que se terá seguido a visão de um “campo alastrado de corpos mortos e despedaçados”. Tendo comunicado tal visão ao Cardeal D. Henrique este terá, segundo os registos históricos, ficado muito “triste e melancolizado”. A abadessa foi sepultada em 1578 no centro do coro monástico onde posteriormente receberia a veneração piedosa das monjas. Do seu epitáfio consta a frase Benta na Vida e Águia na subida ao Ceo, palavras que traduzem bem o prestígio e a aura milagrosa que rodeou esta mulher.


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