Wednesday, January 31, 2007

MOVIMENTO CIDADANIA E RESPONSABILIDADE PELO SIM PROMOVE SESSÃO PÚBLICA PELO VOTO SIM, NA NAZARÉ, A 2 DE FEVEREIRO

Sexta-Feira, 2 de Fevereiro, a partir das 21 horas, o Movimento Cidadania e Responsabilidade Pelo Sim promove uma sessão pública pelo voto SIM no próximo referendo de 11 de Fevereiro, no Centro Cultural da Nazaré. Essa sessão pública pelo voto SIM no referendo em que os portugueses se voltarão a pronunciar sobre a Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez contará com a participação de Fábio Salgado, Isabel Castro, Jorge Barroso, Rosa Nunes e Vítor Esgaio, assumindo os seus promotores que "a sociedade nazarena, extremamente matriarcal, deverá dar o exemplo e mobilizar-se para o voto SIM, independentemente de convicções morais, políticas ou filosóficas". Um excelente e motivador exemplo desse género de posicionamento será a anunciada participação de Jorge Barroso, actual Presidente da Câmara Municipal, eleito em representação do PSD. Tal como nos temos continuamente apercebido, a participação de muitos autarcas, militantes e simpatizantes do PSD nesta campanha pelo voto SIM em 11 de Fevereiro, tem sido um dos factores mais moralizadores que a têm animado e lhe têm transmitido confiança no sentido de uma votação favorável no referendo de 11 de Fevereiro. Esse posicionamento contrasta, infelizmente, com o que parece registar-se em Alcobaça, onde, por exemplo, não se viu ninguém oficialmente ligado àquele partido, na sessão promovida pelo Movimento Voto Sim, sessão em que teve convincente participação a deputada social-democrata Ofélia Moleiro, mandatária daquele movimento...

15 comments:

Dulce said...

Caro José Alberto Vasco,

o devido obrigada pelo comentário que deixou no meu "cantinho". Também já conheço o seu blog há algum tempo, acontece que o tempo que posso dedicar à blogosfera não é tanto quanto desejava...

Quanto a este post, é bom constatar que esta consulta popular é encarada com seriedade por muitos dos meus conterrâneos, particularmente aqueles que têm, poder-se-á dizer, responsabilidades cívicas acrescidas - autarcas locais, deputados e outras figuras relevantes da sociedade civil, como o é, sem dúvida, o JAV.

Contudo, faz referência à falta de tomada de posição de figuras sociais-democratas do nosso concelho. Sob o meu ponto de vista, é compreensível que alguns cidadãos não tornem público o seu sentido de voto. Até porque estão no seu pleno direito e isto aplica-se quer a cidadãos comuns, quer a autarcas, quer a personalidades locais... enfim, a todos sem excepção.

Relembro que o PSD foi o único partido que não partidarizou este processo do referendo. Não impôs aos seus militantes e simpatizantes uma espécie de "disciplina de voto", o que a meu ver é extremamente louvável. Daí que seja natural que as estruturas do PSD local não se envolvam nesta campanha. O que não significa que as pessoas que formam essas estruturas partidárias não tenham opinião e não a divulguem.

Eu, por exemplo, faço público meu sentido de voto através da blogosfera e através da imprensa local, mas não enquanto vice-presidente da JSD de Alcobaça, porque não tenho que vincular a minha opinão a uma estrutura que é composta por um vasto número de pessoas que têm um vasto leque de opiniões.
Além disso, não se trata de uma questão partidária. Trata-se de uma questão de princípios pessoais, éticos, morais ou até religiosos.

Lamento a minha verborreia crónica, que o comentário já vai longo... mas penso que me fiz compreender.

Saudações "bloguísticas",
Dulce

ANTONIO DELGADO said...

Viva,

A mentalidade com que é regido o PSD local é diferente de tudo o que seja sentido comum, razoabilidade e premência.

No entanto é nestes momentos de debate que se vêem quem são os verdadeiros políticos: aqueles para quem a cidadania é também um dever e uma acção politica elevada como acontece na vizinha Nazaré. E aqueles, para quem a politica é apenas um acto de viver ou subsistir como pratica de cidadania, como tão bem nos exemplificam os eleitos, pelo PSD, em Alcobaça.

Dulce said...

Caro Sr. António Delgado,

não querendo, como é óbvio, fazer uso do blog do José Alberto Vasco para discussões de índole partidária, permita-me só que:

1 - Lhe pergunte porque é que questiona a razoabilidade dos sociais democratas alcobacenses?! Olhe que razoabilidade, bom senso e coesão são coisas que menos abundam pelas demais estruturas partidárias locais.... ...

2 - Lhe diga que é certo que em vésperas de um referendo de extrema importância para o país e os portugueses, aqueles que corajosamente "vestem a camisola", seja pelo «sim» ou pelo «não», são de louvar. Mas o nível de cidadania não se mede só pela intervenção a este nível. Mede-se, essencialmente, no dia D, junto às urnas. E aí estou certa que os sociais democratas alcobacenses, cônscios da relevância do seu voto, vão marcar presença. (Relembro que em 98, muitos opinaram e fizeram campanha. Mas naquele domingo de sol, a praia e o bronze falaram mais alto...!)

Além disso, repito: o Referendo jamais deveria ser partidarizado como está a ser.
Há já quem diga que se o «Sim» ganhar, ganha o PS de Sócrates.
Diz isto quem não entende que se o «Sim» ganhar, ganha a dignidade humana, a autodeterminação da Mulher, a guerra aos lobbys, etc etc...

ANTONIO DELGADO said...

Estimada Srª. Dulce Alves

agradeço o seu interesse pela impressão que deixei e passo a responder:

1ª. “pergunto porque é que questiona a razoabilidade dos sociais democratas alcobacenses?!

Porque é um direito que me assiste e porque este espaço do José, parece-me que é ainda muito salutar para troca de ideias e impressões...ou não acha?

2- A participação e diz muito bem: “não se mede só pela intervenção a este nível (...) se o “SIM” ganhar, ganha a dignidade humana, a autodeterminação da Mulher, a guerra aos lobbys, etc etc...” . É precisamente nestes pontos e noutros que não aponta que surgem as minha dúvida sobre razoabilidade do Psd de Alcobaça. Será que pela invisibilidade os sociais democratas querem realmente que ganhe tudo isso que aponta? ou esta invisibilidade obedece a ESQUEMATISMOS PARTIDÁRIOS e a um calculismo primário e boçal para a intenção de voto em futuros escrutínios? Para mim, é de lamentar, quando os eleitores de Alcobaça mais necessitavam de ter a visibilidade dos seus eleitos estes se escondam. E como lhe digo não é uma questão do “SIM” ou do “ NÃO” mas tão só de hombridade cívica.


Ps.E não lhe falo na obediência a poderes fácticos ou até militâncias religiosos.
Os outros partidos e algumas juventudes partidárias, tanto quanto sei têm participado de forma razoável no debate deste tema: paginas Web, debates, mails etc... Mas se me perguntar se acho correcta a sua acção politica em Alcobaça digo-lhe que não.

José Alberto Vasco said...

Cara Dulce Alves: muito obrigado pela sua atenção e pelo seu comentário, embora eu não me veja como "figura relevante da sociedade civil", pensando-me apenas como mais um cidadão que gosta de utilizar os seus direitos, liberdades e garantias. Quanto ao que eu sublinhei nessa minha postagem foi a estranheza de, apesar das condicionantes referidas no seu comentário, ainda não ter visto ninguém "oficialmente ligado" ao PSD/Alcobaça (a Dulce é, até agora, uma honrosa excepção, que muito me apraz< registar!) tomar posição do lado do voto SIM no próximo referendo de 11 de Fevereiro. Referi muito especialmente a sessão do Movimento Voto Sim na tarde do passado sábado em Alcobaça, em que essa "ausência" foi notória, tanto mais que a deputada social-democrata Ofélia Moleiro teve nele um papel determinante.Eu também estive lá, mas embora me veja como social-democrata não tenho (nem nunca tive) qualquer ligação "oficial" ao PSD, embora costume votar nas suas candidaturas em eleições legislativas, atitude que não tomo nas autárquicas do concelho de Alcobaça pelo simples e conhecido facto de eu não me rever em qualquer Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça que não seja oriundo da sede do concelho onde nasci e onde resido e trabalho (e chamo a especial atenção de este meu posicionamento ter essencialmente a ver com questões políticas e nunca com questões de ordem pessoal). O que penso, cara Dulce, é que haverá certamente militantes e simpatizantes alcobacenses do PSD que pensam votar SIM em 11 de Fevereiro. Não duvido disso, tanto mais que a presença de militantes do PSD (a nível particular) emcampanha pelo SIM está a ser para mim predominante e fundamental. Só não continuo é a ver esse género de actuação em Alcobaça...

José Alberto Vasco said...

Caro António Delgado: já sabe que registo sempre com particular agrado as suas acutilantes intervenções no meu blogue. Este seu debate com a Dulce Alves está-me a agradar bastante e é claro que não penso intervir nas "razões" que ambos têm apresentado e debatido. Tal como eu sempre tenho defendido, Portugal e os portugueses continuam a constituir motivo para debate e discussão e é isso que muitas vezes tem faltado na nossa democracia. Regressando e reforçando o tema desta minha postagem, gostaria de referir que acho louvável face aos últimos tempos da nossa democracia, em que, tal como o António lucidamente escreveu, "aqueles para quem a política é apenas um acto de viver ou subsistir como prática de cidadania" tem dominado uma parte essencial da vida política nacional, esta campanha pelo voto SIM no referendo de 11 de Fevereiro tenha unido sob a mesma bandeira pessoas conotadas com o PS, o BE e o PSD numa luta política comum, que é uma votação clara e decisiva a favor da Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez em Portugal. Se o SIM vencer, como espero, penso que poderemos ter iniciado um novo ciclo político no nosso país e que esta luta e todas estas discussões e debates tão empenhados terão valido a pena. Posso parecer-lhe algo ingénuo, caro António, mas acredito nisso!

ANTONIO DELGADO said...

Ingenuidade? Não pense nisso José! são pessoas com a sua GENEROSIDADE e VOLUNTARISMO além de ÓCULOS próprios que, em meu ver, Alcobaça precisa. Só dessa forma poderá ter massa critica..A QUE tanta falta faz no lugar.
Obviamente que sei existirem pessoas da área do PSD que votam SIM e pessoas do PS ou da CDU que votam NÃO...mas não é essa a questão.
A questão é deslindar duas realidades: o corpo POLITICO do corpo CIVICO das pessoas que ocupam cargos POLITICOS...ou seja as duas caras de uma mesma pessoa.

José Alberto Vasco said...

Quem sabe, caro António, se o processamento deste referendo não acabará por ajudar a sociedade portuguesa a começar a separar o trigo do joio?

ANTONIO DELGADO said...

...Espero bem que sim!

Dulce said...

Caro Sr. António Delgado,

como é óbvio, pode expressar o que bem lhe entender, ainda para mais neste mundo da blogosfera que, felizmente, não permite grandes censuras.

Apenas lhe perguntei o "porquê" dessa má impressão dos sociais democratas alcobacenses, porque não me agradou a generalização que fez. Além disso, não procurando defender ninguém, consigo afastar-me um bocadinho e reconhecer que falta de razoabilidade é defeito de muitos políticos, não só os locais, nem só os de uma determinada facção partidária.

Quanto à "invisibilidade dos sociais democratas alcobacenses" de que fala, apenas posso (e devo) responder por mim, que sou, orgulhosamente, militante activa do PSD (partido que, volto a frisar, não partidarizou esta questão nem sequer impôs uma espécie de "disciplina de voto" aos seus militantes/simpatizantes).

Nada nem ninguém me impede de emitir a minha opinião quanto a este tema complexo e polémico qb.
Mas também nada nem ninguém me tem que forçar a intervir neste debate do aborto.
De modo que, sob o meu humilde ponto de vista, os que não tornaram público o seu sentido de voto ou que não participaram activamente nesta campanha, não são menos 'cidadãos' que eu. E não são menos responsáveis civicamente ou menos razoáveis que aqueles que tem feito campanha.
Pelo contrário, talvez sejam mais sensatos que eu ou que o Sr., porque esta questão do aborto é delicada qb... e prende-se essencialmente (como referi num comentário acima) com princípios éticos, filosóficos, religiosos... Enfim, razões de índole pessoal, que respeitam a cada um de nós.

Em suma, poder-se-á dizer que há pessoas que têm, como referi no 1º comentário, uma "responsabilidade cívica acrescida".
É saudável e louvável quando essas pessoas aproveitam sabiamente a sua relevância na sociedade, mas não se pode denominar de insensatas e irresponsáveis as que não o fazem.

Para finalizar, e uma vez que não me encontro por terras de Cister, satisfaça a minha curiosidade e diga-me se, por outro lado, as demais estruturas partidárias locais (inclusive as juvenis) têm marcado presença significativa neste debate público.
É que se o Sr. António julga a gregos, também deve julgar a troianos.

Dulce said...

Caro José Alberto Vasco,

não me leve a mal, mas parece-me demasiado modesto que não se considere uma figura de relevância na sociedade alcobacense..!
Bem, mesmo que não se considere, o seu percurso fala por si...

Adiante.
Afinal, segundo o seu comentário, sempre há sociais democratas alcobacenses que tomam uma posição e aderem à campanha.
Diz o José Alberto que não são os "oficialmente ligados" à estrutura do PSD local, mas a mim isso até me parece sensato.
Volto a dizer, que há que não vincular opiniões pessoais (é disso que se trata, dar a nossa opinião favorável ou desfavorável no dia 11) a estruturas partidárias.
Ao contrário das demais facções partidárias, que no dia 11 parecem estar prontas para se gabarem de um "Sim" vencedor (oxalá...) como se de uma conquista socialista (ou de esquerda) se tratasse.
Há que não confundir as coisas...

PS- registo com apreço a sua menção ao agre&doce na sua crónica. :)

ANTONIO DELGADO said...

Estimada Srª. Dulce Alves,

Suponho que respondia à sua pergunta , no entanto farei um pequeno reparo a esta sua ultima observação. O meu 1º. Comentário de onze linhas deriva apenas e tão só do que o nosso amigo comum, José Alberto postou relacionado com a NAZARÉ: “ simpatizantes do PSD nesta campanha pelo voto SIM em 11 de Fevereiro, tem sido um dos factores mais moralizadores que a têm animado e lhe têm transmitido confiança no sentido de uma votação favorável no referendo de 11 de Fevereiro. Esse posicionamento contrasta, infelizmente, com o que parece registar-se em Alcobaça, onde, por exemplo, não se viu ninguém oficialmente ligado àquele partido”.

A minha observação seguinte e relacionada com o seu comentário ao meu, onde se lê sociais-democratas deveria ler-se os ELEITOS Sociais-democratas. Não tinha em mente generalizar a minha observação a todos os militantes activos ou passivos desse respeitoso PARTIDO. A falta da palavra “ELEITOS” motivou o equívoco, mas proporcionou-lhe uma prosa, onde subsistem algumas ideias que subscrevo.


Relativo à que pergunta que faz , além do que já deixei no meu 1º comentários ao seu, o JAV tem a postagem “ MOVIMENTO VOTO SIM NO REFERENDO DE 11 DE FEVEREIRO PASSOU POR ALCOBAÇA, COM DISTINÇÃO” January 28, 2007, onde talvez possa encontrar a resposta a essa sua curiosidade. Quanto julgo saber , o JAV, participou directamente no acto.

Afirma: É QUE SE O SR. ANTÓNIO JULGA A GREGOS, TAMBÉM DEVE JULGAR A TROIANOS.

Sinceramente não entendi o alcance . Será que esta afirmação deriva de um possível equivoco seu sobre o meu Duvidar na postagem já aludida e que a Srª. Dulce terá entendido como Julgar ?
Cordialmente
António Delgado

Dulce said...

Quis apenas dizer que, se o Sr. António "julgou" os militantes «laranja», também deveria de "julgar" os que vestem as outras cores da paleta político-partidária...
Mas sendo que não encontra motivos para criticar a actuação dos militantes locais dos demais partidos, tanto melhor..!

Saudações bloguísticas,
Dulce

José Alberto Vasco said...

Cara Dulce e caro António: volto a agradecer-vos o tão incisivo como civilizado debate que ambos têm protagonizado nesta postagem deste blogue. É claro que vou continuar a não intervir nessa vossa agradável e democrática troca de ideias, tal como já aqui escrevi... Quero apenas neste comentário expressar a ambos a minha convicção de que apesar de entre todos nós haver uma salutar pluralidade de opiniões, não vamos deixar de no próximo dia 11 de Fevereiro votar todos SIM no referendo sobre a Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez, honrando uma das mais marcantes virtudes da Democracia: a livre pluralidade de ideias e ideais. Continuo a contar convosco neste blogue!

José Alberto Vasco said...

Cara Dulce e caro António: volto a agradecer-vos o tão incisivo como civilizado debate que ambos têm protagonizado nesta postagem deste blogue. É claro que vou continuar a não intervir nessa vossa agradável e democrática troca de ideias, tal como já aqui escrevi... Quero apenas neste comentário expressar a ambos a minha convicção de que apesar de entre todos nós haver uma salutar pluralidade de opiniões, não vamos deixar de no próximo dia 11 de Fevereiro votar todos SIM no referendo sobre a Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez, honrando uma das mais marcantes virtudes da Democracia: a livre pluralidade de ideias e ideais. Continuo a contar convosco neste blogue!